terça-feira, 24 de novembro de 2009

A FARRA DO DESRESPEITO AO DIREITO AUTORAL NO TEATRO

Nos dias de hoje, vivenciamos no teatro uma verdadeira farra de desrespeito aos direitos autorais, pseudo produtores se apropriam de imagens de desenhos animados que estão fazendo sucesso na mídia, para “criarem” seus espetáculos teatrais, sem pedirem a autorização, aos verdadeiros detentores dos direitos. Na maioria das vezes, montam verdadeiras “superproduções”, aproveitando atores iniciantes e na maioria das vezes amadores, para poderem pagar um cachê muito abaixo do piso da categoria, que é exigido pelo sindicato dos artistas. Outro artifício usado por estas produções, é o de fazer uma ou duas apresentações em cada teatro, para “fugirem” da fiscalização, mas o que muitos administradores de teatros públicos e privados desconhecem, é que o espaço é co-responsável perante a lei, no caso de processo e multa, ou seja, pela violação de direitos autorais nos espetáculos, representações e audições públicas, seus proprietários, diretores, gerentes, empresários e arrendatários respondem solidariamente com os organizadores dos espetáculos.

A LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos. E é completamente ignorada, esquecendo que a referida Lei cita que é proibida a apresentação sem prévia e expressa autorização do autor ou titular, em representações e execuções públicas. Lembrando que abrange como execução pública, a utilização de obras, mediante a participação de artistas, remunerados ou não, em locais de freqüência coletiva, por quaisquer processos, inclusive a radiodifusão ou transmissão por qualquer modalidade, bem como, a exibição cinematográfica. Consideram-se locais de freqüência coletiva os teatros, cinemas, salões de baile ou concertos, boates, bares, clubes ou associações de qualquer natureza, lojas, estabelecimentos comerciais e industriais, estádios, circos, feiras, restaurantes, hotéis, motéis, clínicas, hospitais, órgãos públicos da administração direta ou indireta, fundacionais e estatais, meios de transporte de passageiros terrestre, marítimo, fluvial ou aéreo, ou onde quer que se representem, executem ou transmitam obras literárias, artísticas ou científicas.

O desrespeito ao autor não acontece apenas com as montagens infantis, já que muitas vezes, produtores se apropriam de textos conhecidos, de autores nacionais ou estrangeiros, mudando seus títulos, ou fazendo "adaptações" não autorizadas, muitas vezes de péssima qualidade, se denominando os novos autores destas versões. E o mais irônico de tudo isso, é que estas pessoas que desrespeitam abertamente a Lei do Direito Autoral, se acham certos em suas ações, mas se formos filmar estas montagens feitas as margens da Lei e propusermos comercializar o DVD sem nenhuma remuneração aos mesmos, estes protestam e não aceitam, falando de seus "direitos autorais". Neste momento a Lei serve para eles, mas quando se trata do verdadeiro autor, este muitas vezes é desrespeitado e esquecido.

Mas não podemos deixar de citar que temos também verdadeiros produtores, que sabem dar o valor ao autor e antes de começarem a ensaiar uma peça, dão logo entrada num pedido de autorização, recolhem os valores de maneira correta e honesta, não só os direitos autorais, mas também, pagam uma justa remuneração a atores e técnicos. Temos que separar o joio do trigo, porque temos muita gente séria, desenvolvendo um trabalho respeitável em nosso estado e cabe ao estado, as administrações dos teatros e aos órgãos competentes fazerem este discernimento, já que o público não tem como saber destas irregularidades. Queremos bons espetáculos, com os direitos de todos sendo respeitados.

sábado, 14 de novembro de 2009

NOITE DA FRANÇA NO RECIFE EM DEZEMBRO



Vem ai a festa que vai bombar na cidade do Recife, para deixar gravado na memória de todos!!!
O ano da França no Brasil ainda não terminou – pelo menos aqui em Pernambuco, para o Grupo João Teimoso e a Agência de Talentos de Pernambuco, sempre engajados na difusão da cultura pernambucana, dentro do Projeto Guerrilha Cultural, estão fazendo uma junção que vai dar o que falar: “A FESTA DAS ARTES: A NOITE DA FRANÇA”. No evento, o público irá contar com apresentações de ballet contemporâneo, zouk, mímicos “sombra” e DJs de altíssima qualidade. Tudo isso para transformar o Canal das Artes, no bairro do Recife Antigo, num pedacinho da França. As senhas individuais custam, antecipadamente, R$ 10,00 e no dia do evento, R$ 15,00.


Serviço:

O quê? A festa das artes: Noite da França no bairro do Recife Antigo

Quando? 12 de dezembro

Local: Canal das Artes

Rua Vigário Tenório, 117 – Bairro do Recife

Horário: 21 horas

Maiores Informações: (81) 3231-5125

COMEÇA DIA 19 O XII FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL












Começa neste próximo dia 19 ás 19h o XII Festival Recife do Teatro Nacional, com uma apresentação do espetáculo "Till, a Saga de um Herói Torto"
na praça do Arsenal, no bairro do Recife, com o Grupo Galpão (MG), que está levando seu espetáculo a rua e no dia 20 ás 20h ,será reapresentado o espetáculo.

As apresentações dos teatros serão a preços populares de R$ 5,00 para os Teatro Santa Isabel, Apolo e Hermilo, e a R$ 1,00 para os teatros Barreto Júnior e Parque, além de diversas apresentações descentralizadas em ruas dos bairros da periferia.

As apresentações dos teatros serão:

Encruzilhada Hamlet (PE)

Dia 20, às 19h e dia 21, às 19h| Teatro Barreto Júnior

Grupo: Cia. do Ator Nu

Na peça, os personagens Hamlet e o Coveiro removem a cova onde foram enterrados há cinco séculos e ressurgem no ano em que a peça está sendo mostrada. Com eles vêm à tona as artimanhas do patriarcalismo, a persistência da vida, do sonho sem limites, a restringência da morte, a extenuada luta de classe e a má fé das promessas e dos pactos sorridentes dos que detêm qualquer tipo de poder e se consideram superiores aos seus (des)semelhantes.

Outra Vez, Era Uma Vez... (PE)

Dias 21 e 22, às 16h30 | Teatro do Parque

Grupo: Cia. Fiadeiros de Teatro

Uma fusão entre as linguagens musical e teatral. Essa é uma das principais características do espetáculo, que mostra o conflito interno de um escritor incapaz de finalizar sua obra. Com a imaginação do poeta (personagem principal da trama), os personagens ganham vida e o levam para dentro da sua própria história, vivendo entre o passado e o presente – levados pelo som da música.

In On It (RJ)

Dias 21 e 22, às 21h| Teatro Apolo

Grupo: Enrique Diaz

Uma sensação de mistério permeia “In On It”, peça escrita para dois atores em uma narrativa em espiral. Um homem escreve uma peça sobre alguém que sofre um acidente, dois amantes veem seu amor terminar, e dois homens contam esta história. Dez personagens ganham vida na pele de Emilio e Fernando. Três camadas são apresentadas e fundidas durante o espetáculo: a peça (escrita por um dos personagens); o espetáculo, e o passado.

Vozes Dissonantes (SP)

Dia 23, às 21h | Teatro de Santa Isabel

Grupo: Denise Stoklos

O espetáculo consiste do posicionamento dos que trabalharam e trabalham pela evolução e progresso do Brasil dentro de uma perspectiva humanista, revestido de otimismo dos que não aceitam o status quo e que não desistem da possibilidade de transformação em direção à solidariedade. O estilo desta peça segue a linha de Teatro Essencial de sua autora/diretora/atriz (Denise Stoklos), que trata de um teatro baseado menos nos recursos plásticos excessivos e mais na capacidade de comunicação do ator, seu corpo, sua voz e seu testemunho particular.

Playdog (PE)

Dias 24 e 25, às 19h| Teatro Hermilo Borba Filho

Projeto: O Aprendiz ENCENA do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo-Hermilo

Playdog é fruto do projeto O Aprendiz Encena, do Centro Apolo–Hermilo, onde três jovens diretores encenam três textos curtos de autores da nova geração: Newton Moreno (A Refeição), Rafael Martins (Lesados) e Carlos Bartolomeu (O Teatro Pretensioso, com o quadro O jogo da amarelinha). O artista plástico Pedro Buarque criou a exposição Playou, especialmente para o projeto, a partir de provocações suscitadas pelas temáticas do texto. Ficará em cartaz no Teatro Apolo.

Carícias (PE)

Dias 22 e 23, às 19h| Teatro Hermilo Borba Filho

Grupo: Remo Produções Artísticas

A peça, com direção de Leo Falcão, propõe uma viagem através dos relacionamentos do homem urbano contemporâneo, ao revelar situações limites das relações afetivas e comunicação humana. O texto do dramaturgo catalão Sergi Belbel, com tradução da carioca Christiane Jathay, tem como cenário o cotidiano de uma grande metrópole, onde em onze cenas, personagens vivenciam através de um grande jogo momentos de conflito e união.

Mary Stuart (SP)

Dia 24, às 21h | Teatro de Santa Isabel

Grupo: Denise Stoklos

Inspirada em vários textos sobre a rainha da Escócia, a atriz, diretora e autora Denise Stoklos elaborou a peça Mary Stuart. Sozinha no palco, Denise consegue prender a atenção da platéia com a história da rainha da Escócia, Mary Stuart - aprisionada e condenada à morte injustamente pela própria prima, Elizabeth I, rainha da Inglaterra. A atriz une, com muito humor, a palavra ao gesto, num espetáculo que não tem tempo cronológico, dimensão espacial ou geografia determinada.

A Mar Aberto (RN)

Dias 25 e 26, às 19h| Teatro Barreto Júnior

Grupo: Coletivo Atores à Deriva

Peça do Coletivo Artístico Atores à Deriva, escrita e dirigida por Henrique Fontes, conta a história de um velho lobo do mar, seu José Hermílio, que em um dos dias de sua pescaria, é traído pelo desejo. Ele acredita que o demônio usa de suas artimanhas para fazê-lo desejar Júlio de Joana, que aos 19 anos abandonou a faculdade com o desejo de ser pescador. O dia dessa primeira pescaria de Júlio e de muita resistência de Seu Hermílio contra um desejo "vestido de maldade e com feições tão bonitas..." caracterizam o conflito central dessa história.

Réquiem (SP)

Dias 26 e 27, às 21h| Teatro Apolo

Grupo: Cia Lazzo

Escrita pelo israelense Hanoch Levin e inspirada em três contos do famoso escritor russo Anton Tchékhov, Réquiem é estruturada em 15 cenas curtas, quase como um afresco de imagens alinhavadas por um eixo central: uma estrada e o percurso de um Velho por diferentes caminhos, encruzilhadas, esperas, partidas e chegadas. Os personagens não têm nome, são chamados de Velha, Bêbados, Prostitutas, Cocheiro, Mãe, arquétipos explícitos que aparecem ao personagem central – o Velho - numa sucessão de encontros, desencontros, nascimentos, mortes, zonas de luz e de trevas, curvas, desvios de rota, retornos, enfim, uma alegoria da vida.

Meire Love (CE)

Dias 27 e 28, às 19h| Teatro Barreto Júnior

Grupo: Bagaceira de Teatro

Quatro meninas prostituídas perambulam pelas ruas de uma cidade turística em meio à barbárie cotidiana a qual encontram-se submetidas e buscam, por intermédio do sonho e da fantasia, um lugar para a felicidade. A suposta fuga da personagem-título com um estrangeiro desencadeia em um grupo de pré-adolescentes, também prostituídas, sentimentos diversos em relação à realidade cruel enfrentada por elas desde que nasceram.

Rainha[(s)] (SP)

Dias 27, 28 e 29 às 21h | Teatro Hermilo Borba Filho

Grupo: Arquivivo Produções Artísticas e Culturais Ltda

O espetáculo “Rainha[(s)]” revisita a peça Mary Stuart, de Friedrich Schiller, mas por uma ótica diferente: apenas duas atrizes em cena, levando a carga trágica do drama à sua essência. O espírito de “nacionalização dos clássicos” presente no projeto cria um interesse no intercâmbio do particular com o universal, da experimentação com o clássico. O trabalho de adaptação em sala de ensaio centrou-se no embate constante entre as rainhas, que se multiplica num embate cênico entre as duas atrizes. O duelo se traduz assim em vários níveis: o duelo de duas rainhas que almejam um só trono, o duelo de duas atrizes no jogo cênico e o duelo interior de cada personagem/atriz.

Encantrago – Ver de Rosa Um Ser Tão (CE)

Dia 28, às 19h e dia 29, às 19h e 21h30 | Teatro do Parque (Palco)

Grupo: Grupo Expressões Humanas e Teatro Vitrine

Encantrago – Ver de Rosa Um Ser Tão é um mergulho no coração intratável e miraculoso do Brasil e uma viagem cujo destino é a encantada vastidão do homem do sertão. Esse mergulho, que se configura onde a vida é quase uma impossibilidade, nos conduz a uma aventura onde os contrastes e as ambivalências consagram esse paradoxal mundo sertanejo. O espetáculo resgata os rituais humanos como um elemento essencialmente eficaz na arte teatral e brinca de embaralhar o mundo real e simbólico, que se configura onde a vida é quase uma impossibilidade.

PROGRAMAÇÃO DESCENTRALIZADA

Till, a Saga de um Herói Torto (MG)

Dia 19, às 19h e dia 20, às 20h | Praça do Arsenal

Grupo: Galpão

Till, a Saga de um Herói Torto é uma peça de Luis Alberto de Abreu, montada pelo grupo mineiro Galpão. Criado pela cultura popular alemã da Idade Média, Till é o típico anti-herói cheio de artimanhas e dotado de um irresistível charme. Um personagem que tem parentesco com outros tipos de várias culturas, que se assemelha muito ao nosso Macunaíma ou ao ibérico Pedro Malasartes. Além de Till e uma infinidade de rústicos personagens medievais, a peça conta também a história de três cegos andarilhos que buscam a redenção, sonhando alcançar as torres de Jerusalém e salvar o Santo Sepulcro das mãos dos infiéis.

Miséria

Grupo: Oigalê

Sempre às 16h, nos dias e locais:

22 – Morro da Conceição

23 – Praça Nossa Senhora de Fátima – San Martin

24 – Praça Tertuliano Feitosa – Hipódromo

25 – Praça Arnaldo Assunção – Engenho do Meio

26 – Buraco da Gata – Três Carneiros

27 – Praça das Lavadeiras – Areias

A peça é uma farsa gaudéria livremente adaptada do clássico da commedia dell’arte “Arlequim, Servidor de Dois Amos” de Carlo Goldoni. O espetáculo acontece ao ar livre - teatro de rua - em parques, praças e ruas, com uma estrutura ágil e funcional de cenografia, figurinos coloridos e inspirados nas vestimentas gauchescas no final do século XIX mesclados com figurinos da commedia dell'arte.

Quixote

Grupo: Teatro que Roda

Sempre às 16h, nos dias e locais:

22 – Academia da Cidade – Joana Bezerra

23 – Praça Coronel Othon – Macaxeira

24 – Em frente ao CSU Afrânio Godoy – Alto Santa Terezinha

25 – Praça Presidente Kennedy – Jordão Alto

26 – Praça Barreto Campelo – Torre

O espetáculo sugere um novo olhar sobre a estrutura urbana e o universo cervantino, que coloca Quixote como uma voz que se projeta sobre a cidade, dizendo que é necessário o impossível. A lógica de invasão e ocupação que o grupo propõe combina duas ações fundamentais: a utilização do cavalo Rocinante, peça chave da construção do universo do cavaleiro andante, representado por um objeto (cenário móvel) e a ocupação de fachadas e vãos da cidade com a utilização de objetos cenográficos que têm a função de interferir no espaço. Desta forma, o espetáculo oferece para o público uma nova proposição de abordagem urbana e outras surpresas.

Baby Dolls

Grupo: Obscena

Sempre às 16h, nos dias e locais:

24 – Rua da Imperatriz - Boa Vista

25 – Pátio da Feira de Casa Amarela

26 – Praça Pinto Damásio – Várzea

27 – Terminal Integrado de Passageiros / Estação do Metrô – Barro

28 – Praça Nossa Senhora da Boa Viagem

Fruto da pesquisa realizada pela dramaturga Nina Caetano e pelas atrizes Lissandra Guimarães, Erica Vilhena e Joyce Malta, a peça Baby Dolls, que já se apresentou no FIT Rio Preto e na Manifestação Internacional da Performance, provoca interrupções no cotidiano dos transeuntes que, desavisados, se deparam com ela, no meio da rua. A partir de referências da arte contemporânea, como os procedimentos work in process, o conceito de corpo instalação e a obra de Artur Barrio, Baby Dolls discute a fabricação do modelo feminino presente na sociedade atual.

Serviço

XIV Festival Recife do Teatro Nacional

De 19 a 29 de novembro

Informações: (81) 3232.2030 e www.recifeteatro.blogspot.com


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CORDEL DO AMOR SEM FIM E ALÉM DA ESTRADA CUMPREM TEMPORADA NO ESPAÇO COMPASSOS


Durantes as sextas-feiras e sábados de novembro a Compassos Cia. de Danças abre as portas para mais dois espetáculos: Cordel do Amor Sem Fim e Além da Estrada, respectivamente. Às sextas, as apresentações acontecem às 19h, com entrada franca. Já aos sábados, o show tem início às 20h e os ingressos custam R$ 10 e R$ 5.

O primeiro espetáculo é uma montagem da O Poste Soluções Luminosas, com direção de Samuel Santos e texto de Cláudia Barral. O enredo conta a história de três irmãs, Madalena, Carminha e Tereza e seus amores, onde, drummondianamente, Carminha ama José, que ama Tereza que ama Antônio, um viajante por quem ela se apaixona no porto da cidade, no dia em que um almoço marcaria o pedido de casamento feito por José. O show Além da Estrada, por sua vez, é uma mistura entre música e poesia que deu certo.

O Espaço Compassos fica na rua da moeda, 93, 1º andar, Recife Antigo. Mais informações pelo telefone 4101.1640.